Jesus Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana, portanto num domingo. Daí a importância deste dia primordial em todo o Ano Litúrgico da Igreja. Um dia litúrgico começa à meia-noite e termina na meia-noite do dia seguinte, exceto nos domingos e solenidades, que começam na tarde anterior. No Ano Litúrgico, temos também solenidades, festas, memórias e férias. Vamos distinguir cada um desses conceitos que aparecem nas nossas celebrações:
Solenidade: é o maior rango litúrgico que uma celebração pode receber na Igreja: Imaculada Conceição, Natal, Santa Maria Mãe de Deus e Corpus Christi são solenidades e, além disso, são dias santos de guarda, isto é, jornadas nas quais os cristãos devem ir à missa e dedicarem-se ao descanso devido. Outras solenidades não são dias de guardas, mas são também de grande importância na vida da Igreja: Santíssima Trindade, Sagrado Coração de Jesus, Cristo Rei, Assunção, São José, São Pedro e São Paulo, entre outros, são celebrados com o maior rango litúrgico possível, são solenidades. Características litúrgicas dessas celebrações são as três leituras (incluindo o Evangelho) e um salmo da Sagrada Escritura e a recitação do Glória e do Credo.
Festas: é a segunda categoria litúrgica. A apresentação do Senhor, a transfiguração, a exaltação da Santa Cruz, a visitação de Nossa Senhora, os santos arcanjos, entre outras, são celebradas como festas. Nesses dias de alegria, dizemos o Glória, mas não o Credo; são lidas apenas duas leituras (incluindo o Evangelho) e um salmo responsorial.
Memórias: são algumas celebrações da Santíssima Virgem Maria e dos demais santos. Os anjos da guarda são celebrados como memória; os fiéis defuntos também têm a sua comemoração no Ano Litúrgico da Igreja. Honrar os amigos de Deus e pedir sua intercessão foram costumes cristãos desde o começo. Algumas memórias são obrigatórias, outras são livres (podem ou não ser celebradas a critério do sacerdote). A missa tem apenas duas leituras (incluindo o Evangelho) e um salmo responsorial, não se diz o Glória nem o Credo.
Férias: são os dias durante a semana, de segunda-feira a sábado; elas, como também têm apenas duas leituras e o salmo responsorial, nelas não se diz o Glória nem o Credo. Já Santo Agostinho (+ 430) nos dá testemunho que na África já existiam as missas diárias. Como é bom poder participar diariamente do santo sacrifício da missa e santificar o nosso dia com a presença salvadora do Senhor! Quão bom seria se fizéssemos da Eucaristia o centro do nosso dia!
Pe. Dr. Françoá Costa