Jesus continua soprando constantemente o Espírito Santo sobre a sua Igreja. Fá-lo quando se prega a sua Palavra (função profética), quando se celebra os seus Sacramentos (função sacerdotal), quando os fiéis colocam-se a serviço um dos outros (função real). De maneira muito especial, o Senhor nos envia o seu Espírito quando celebramos ou participamos do Santo Sacrifício, isto é, da Santa Missa. Ela é a celebração da fé em seu conjunto e em cada uma de suas partes. Nela o Espírito do Pai e do Filho nos concede um aumento dessa virtude tão importante, que nos faz agradáveis a Deus (cf. Hb 11,6).
Vamos à Santa Missa porque acreditamos que acontecerá o grande milagre: o pão e o vinho serão transformados – pelas palavras da consagração e pela ação do Espírito Santo – no Corpo e no Sangue adoráveis de Nosso Senhor Jesus Cristo. A nossa fé nos move a colocar o que temos de melhor para celebrar os Sagrados Mistérios de nossa salvação: paramentos litúrgicos belos e simples, objetos sagrados dignos e nobres, música litúrgica de bom gosto, roupas modestas e pudicas, silêncio atento e reverente, igrejas dignamente decoradas ou capelas bem limpinhas. Os Ritos iniciais são uma autêntica demonstração de fé: canto de entrada, sinal da cruz, saudação inicial, ato penitencial, glória e oração coleta expressam que a Igreja se prepara com fé e devoção para escutar a Palavra e comungar o Verbo da Vida. A liturgia da Palavra – primeira leitura, salmo responsorial, segunda leitura e Evangelho – visam iluminar nossa inteligência e aumentar a nossa fé. A liturgia da Palavra é completada pela homilia, Credo e a oração dos fiéis. Na homilia, o sacerdote fará uma exposição familiar sobre os conteúdos da nossa fé e da nossa conduta em Cristo partindo da oração da Igreja que reza com a Palavra. Logo após, professaremos a fé de sempre. Finalmente, os fiéis elevarão preces a Deus, outra demonstração de fé de quem se sabe acolhido e escutado pelo nosso Pai do céu. Na liturgia Eucarística – desde o ofertório até a ação de graças da missa –, cada gesto e cada palavra devem manifestar também aquilo que a Igreja sempre acreditou e celebrou. Por fim, com a benção de Deus, voltamos para os nossos lugares habituais mais fortalecidos. Desta maneira, seremos sempre homens e mulheres de fé, alimentados pelo Pão da Vida.
Desde essa perspectiva de fé, entende-se porque os fiéis de Cristo não gostam de liturgias relaxadas, desprovidas do espírito de adoração e da dignidade da fé multissecular da Igreja Católica. A Missa não é um show, não é uma possibilidade para aparecer melhor que os outros, não é o lugar onde se manifesta mais destacadamente esta ou aquela espiritualidade. Na Santa Missa, reza-se com a fé da Igreja e todos devem encontrar-se bem nesse único culto de louvor ao Pai que sobe aos céus por Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, na unidade do Espírito Santo.
Pe. Dr. Françoá Costa