Pe. Fábio Carlos de Araújo Paróquia Santo Antônio, Damolândia
“O que Deus uniu o homem não separe”
Quando nos deparamos com este trecho do Evangelho que é uma citação do livro do Gênesis, lembramos do Sacramento do Matrimônio, base de nossas famílias cristãs, um projeto querido e abençoado por Deus.
Pelo consentimento de ambos os noivos, Deus uni os dois, entram na Igreja dois e saem uma só carne. Como é sublime pensar nesta realidade profunda, espiritual e bastante concreta do Sacramento do Matrimônio. Um milagre que só pode ser realizado pelo amor, mas não este amor que sai levianamente das bocas de tantas pessoas superficiais, o Amor que faz realizar o Sacramento do Matrimônio é Deus, pois Deus é amor, então só quem está repleto da presença deste Deus maravilhoso pode ter o amor verdadeiro.
Falar de amor verdadeiro parece conto de fadas, onde as princesas encontram seu príncipe e vivem um amor verdadeiro, entretanto, para nós cristãos o amor verdadeiro não deve ser encarado como conto de fadas, pois ele é bem concreto, é de verdade mesmo, é uma pessoa, Deus. Um casal que tem Deus no centro de suas vidas é um casal que encontrou o amor verdadeiro. “Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos”. O amor verdadeiro não pressupõe simplesmente uma atração sexual, mas algo muito mais profundo, verdadeiro e duradouro, que é a presença de Deus na vida do casal e de seus filhos.
O Sacramento do Matrimônio também pressupõe uma constante doação dos esposos, uma vez que o sacramento é constituído pelo amor verdadeiro que é Deus, Deus nos ensina que devemos viver em comunidade e de forma harmônica, assim como Ele vive, uma constante doação entre as pessoas da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, comunidade de doação, de amor e em constante harmonia. Nossos casais precisam vencer todo tipo de egoísmo se querem permanecerem juntos, se desejam cumprir o compromisso que fizeram diante do altar do Senhor. A separação vem porque tiraram Deus, o amor verdadeiro do centro, e deixaram que o egoísmo e o individualismo tomassem conta de seus corações, esqueceram-se de que não são mais dois, mais uma só carne. “Temer o Senhor é o princípio do saber, e é sábio todo aquele que o pratica”.
Por fim, o grande fruto do Sacramento do Matrimônio é a geração dos filhos e Jesus gostava muito das crianças: “Deixai vir a mim as crianças”. Quantos casais não querem ter filhos, seus matrimônios são inválidos. Quantos casais limitam ao mínimo um ou dois, o número de filhos, isto é contra a fé cristã, vai contra a essência do Sacramento do Matrimônio. Usam a desculpa de que os tempos estão difíceis, os tempos sempre são difíceis, não use desculpas para sua falta de fé. Filho dá trabalho, tem que ser bem educado, não sabemos como serão no futuro, priva-nos de fazer o que queremos, custa muito jejum, oração e penitência, mas são presentes de Deus, são bênçãos.
O povo antigo pensava que a falta dos filhos era sinal de maldição, então quantos casais hoje vivem amaldiçoados porque escolheram não ter filhos, têm um cachorro e o chama de filho, talvez seja um problema de família ser pai e mãe de um cachorro. Os animais são presentes de Deus, sim, amanhã celebramos São Francisco, amigo dos animais, da natureza, mas um animal não substitui um filho, nunca.
No fim o que nos falta realmente é viver como cristãos, o que nos falta é a fé. Vamos seguir em frente, recuperando nossa fé, nossa verdadeira maneira de se portar, sendo cristãos e cristãs. “Ó cristão, toma consciência de tua dignidade”.