A palavra “senhor”, na linguagem cotidiana, é usada como um tratamento respeitoso, devido a algumas pessoas, pais, professores, autoridades… dentre outras.Na Idade Média, São Bernardo, vendo como cada “senhor” apresentava sua “senhora”, lembrou que Jesus nos deu uma “Senhora” para amparar a todos. Desde então Maria é chamada de “Nossa Senhora”. Trata-se de um título da devoção popular.
A Mãe de Jesus, com toda certeza, merece esse respeito e, por isso, a designamos comumente como Senhora, sem qualquer conotação com o sentido especificamente bíblico do termo Senhor. Na Sagrada Escritura, este termo é carregado de um sentido muito maior. Senhor é o nome próprio para designar a divindade do Deus de Israel, desde que se revelou a Moisés como Iahveh, “aquele que é”, traduzido na versão grega dos livros do Antigo Testamento por Kyrios, “Senhor”. No Novo Testamento, a palavra Senhor é utilizada neste sentido mais forte. Jesus é chamado de Senhor por aqueles que dele se aproximam com respeito e confiança no seu poder de ajuda e cura. Nos encontros com Jesus Ressuscitado, o termo Senhor aparece como expressão de adoração: “Meu Senhor e meu Deus.” (Jo 20,28.) Jesus é “de condição divina” (Fl 2,6), o Senhor, digno do mesmo poder, honra e glória devidos ao Pai. Ele é o Senhor da vida e da história, por quem a Igreja clama: “Amém, vem Senhor Jesus!” (Ap 22,20). O nome Senhor indica, portanto, a soberania divina. Quem confessa ou invoca Jesus como Senhor demonstra que crê na sua divindade. “Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito Santo.” (1 Cor 12,3.)