Diocese de Anápolis

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Pensamento do Papa Francisco

Francisco1

4. Igreja Mãe que acolhe os seus filhos.

A Igreja é Mãe com uma identidade bem definida: ser esposa de Cristo, casa da fé, rebanho do Senhor. Para sermos ovelhas de Cristo temos que pertencer ao seu rebanho. O Papa é categórico: “não é possível encontrar Jesus fora da Igreja”, pois é a Igreja Mãe que nos dá a identidade da fé (Homilia, 23/04/2013, no seu onomástico). Convencidos dessa identidade, os cristãos devem lutar para viver na radicalidade do Evangelho que a Igreja prega, sem fazer pactos ruinosos com o mundo em busca de uma consolação superficial; quando vivemos na fé da Mãe Igreja experimentamos a consolação do Senhor que se dão também entre perseguições (cf. Homilia, 23/04/2013, no seu onomástico). Os membros da Igreja não podem contentar-se com uma vida medíocre, devem buscar decididamente a santidade (cf. Homilia, 05/05/2013, no dia da piedade popular).O centro da Igreja é Cristo, não o Papa, que é o bispo de Roma e vigário de Cristo: “Cristo é o Pastor da Igreja, mas a sua presença na história passa através da liberdade dos homens: um deles é escolhido para servir como seu Vigário, Sucessor do Apóstolo Pedro, mas Cristo é o centro. Não o Sucessor de Pedro, mas Cristo. Cristo é o centro. Cristo é o ponto fundamental de referimento, o coração da Igreja. Sem Ele, Pedro e a Igreja não existiriam, nem teriam razão de ser” (Discurso, 16/03/2013, aos representantes dos meios de comunicação social). Contudo, contra a opinião de quem diz que o Papa atual gosta só de se chamar bispo de Roma, é preciso dizer, em primeiro lugar que o Papa é Papa justamente por ser o bispo de Roma. Também vale a pena ressaltar o que ele disse nove dias após a sua eleição, dirigindo-se ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé: além de se chamar “pontífice” – aquele que constrói pontes com Deus e entre os homens –, pronunciou também as seguintes palavras: “com alegria vos recebo para uma simples, mas ao mesmo tempo intensa, troca de cumprimentos, que, idealmente, pretende ser o abraço do Papa ao mundo” (Discurso, 22/03/2013, ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé). Aos membros da Papal Foundation afirmou: “começo o meu ministério como Bispo de Roma e Pastor da Igreja universal” (Discurso, 11/04/2013, à Papal Foundation). Falando aos membros das Pontifícias Obras Missionárias, deixou claro mais uma vez que o Bispo de Roma é chamado a ser Pastor de sua Igreja Particular e de todas as Igrejas (cf. discurso, 17/05/2013, aos participantes da Assembleia Geral das Pontifícias Obras Missionárias).Qual a razão de ser da Igreja? Ela existe para comunicar a Verdade, a Bondade e a Beleza. Sendo assim, os acontecimentos na vida da Igreja tem uma lógica própria e por isso não é fácil interpretá-los bem e comunicá-los. Neste sentido, é preciso estar atentos para aprendermos mais a Igreja, conhecendo e amando-a (Discurso, 16/03/2013, aos representantes dos meios de comunicação social). Creio que é sugestiva a catequese que o Papa está fazendo nas Audiências das quartas-feiras sobre a Igreja na ótica do Concílio Vaticano II, pois é uma expressão do desejo de dar a conhecer a Igreja para que possamos amá-la mais.A Igreja existe para a missão. É conhecida a expressão que o Papa utilizou na vigília de Pentecostes: se a Igreja sai de si mesmo e vai ao encontro de tantas necessidades, ela poderia ser acidentada. Mas, continuava o Papa, prefiro uma Igreja acidentada a uma Igreja doente por permanecer no seu fechamento (cf. Discurso, 18/05/2013, na vigília de Pentecostes). Devemos evitar o narcisismo e o gnosticismo eclesiais. Ela deve anunciar Cristo saindo de si mesmo (cf. Homilia, 19/05/2013, solenidade de Pentecostes). O Papa manifestou logo no terceiro dia do seu pontificado o desejo de que a Igreja fosse pobre e para os pobres (cf. Discurso, 16/03/013, aos representantes dos meios de comunicação social), que ela saísse de si mesmo para ir ao encontro dos mais necessitados. A essa altura, creio que já ficou suficientemente claro que quando o Papa fala da Igreja para os pobres não está pensando somente nos que são materialmente pobres, mas também naqueles que são espiritualmente pobres. É este segundo tipo de pobreza que deixa as pessoas voltadas para si e no mundo do egoísmo, do pecado (cf. Discurso, 16/03/013, aos representantes dos meios de comunicação social).Na Igreja dá-se uma grande variedade no seio da unidade. No dia de Pentecostes deste ano, o Papa dizia que o Espírito Santo, com a diversidade dos seus carismas, parece causar desordem na vida da Igreja. Contudo, para um cristão que não teme as novidades de Deus, as surpresas de Deus, os diversos carismas do Espírito são vistos como vivificadores da unidade, como riqueza e como recondução de tudo à harmonia de Deus. Para vivermos ao sopro do Espírito, é preciso ter uma grande sensibilidade espiritual para evitarmos tanto a divisão quando defendemos um pluralismo particularista, quanto a homogeneidade quando defendemos uma unidade segundo os desígnios humanos (cf. Homilia, 19/05/2013, solenidade de Pentecostes).Com relação ao ecumenismo, logicamente o Papa Francisco segue o mesmo esquema deixado pelo nosso Concílio, o Vaticano II, e o dos seus predecessores. Chama a atenção a bela expressão que o Papa Francisco utilizou ao falar com o Papa copta Tawadros II, “ecumenismo do sofrimento”. Francisco diz que esse tipo de ecumenismo pode ser eficaz para a unidade: as pessoas quando sofrem juntas se compreendem, se reconciliam, de maneira semelhante pode acontecer com as diferentes igrejas (cf. Discurso, 10/05/2013, a Tawadros II).

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