Diocese de Anápolis

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Padre Carlito reflete sobre exorcismo na liturgia deste domingo

Um dos temas mais chamativo no âmbito espiritual, explorado pela empresa cinematográfica, abusado por diversas denominações religiosas, aterrorizado com figuras pitorescas para suscitar o pânico e o temor. A curiosidade sobre o tema é um verdadeiro fertilizante para a imaginação, criamos ocasiões, inventamos personagens, formamos eventos e objetos “mágicos” e eficazes, livros antigos em latim e outras línguas desconhecidas. Tudo para saciar nossa curiosidade e imaginação sobre o exorcismo.

A questão faz parte da própria história da humanidade. Mas é no cristianismo que ganha uma perspectiva distinta, uma resposta coerente e um resultado eficaz. No Evangelho “Jesus chama os doze e lhes dá poder para expulsar os espíritos maus” e, depois de nomeá-los, repete no final “expulsai os demônios”. Jesus não entrega nenhum livro de orações em latim, tampouco ensina como fazer um exorcismo, como aqueles simplórios homens irão realizar uma tarefa, que para nós, é tão complexa e complicada? A realidade do exorcismo se une à questão vocacional, Jesus chama e envia para pregar o Evangelho e onde se apresenta a Deus na pregação do cristianismo se realiza o exorcismo, expulsa o demônio, bane os espíritos maus. É a presença de Jesus na pregação dos Apóstolos que tem a força e a eficácia de expelir o diabo.

Diferente dos filmes e séries de televisão, o exorcismo no cristianismo não é um esforço humano por expulsar o demônio através de água benta, orações em latim e repreensões enfáticas, como se fossem objetos mágicos, mas se torna a forma de colocar a Deus na vida das pessoas, suscitar uma conversão e santificar o ambiente. Os objetos sagrados como água benta, livros de orações, crucifixo não tem eficácia se nós não nos convertemos àquilo que eles nos remetem, que é a Deus.

Não existe melhor exorcismo que uma verdadeira conversão. Onde está Deus não está o demônio! A oração pessoal, a Santa Missa, a comunhão frequente e a confissão recorrente, são os melhores exorcismos. A vida de santidade se torna por si só um exorcismo que afugenta os demônios e nos livra das insídias diabólicas. Existem casos particulares em que se faz necessário a presença de um sacerdote instituído para a realização de uma oração específica. Contudo, na realidade particular de cada cristão, somos chamados e enviados, como os Apóstolos, a colocar a Deus no nosso dia a dia e nos tornamos também, a grosso modo, verdadeiros exorcistas.

O demônio é uma realidade que não precisa se tornar dogma para crermos. Contudo, a nossa fé em Deus é maior e a nossa principal preocupação é a santidade. Mais que temer o diabo, tememos a Deus, devemos ter horror ao pecado, medo de ofender ao nosso Deus. Se questiona por aí por que já não se fala tanto do demônio? Porque não podemos perder o tempo com coisas já perdidas, não podemos dar ibope para aquele que quer nos distrair do essencial da nossa vida a Todo cristão é chamado à santidade, a colocar Deus na sua vida e por palavras e atitude realizar no seu cotidiano um verdadeiro exorcismo.

Pe. Carlito Bernardes Oliveira Júnior
Paróquia Santa Teresinha - Anápolis GO

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