Jesus ensinou seus discípulos a respeito do valor da oração não com muitas palavras, mas apenas com o seu exemplo de orante. Certa vez os discípulos pediram que Ele lhes ensinasse a rezar e Jesus os ensinou a simples oração do “Pai-nosso”, tão cotidiana, mas de muita profundidade e muito importante, pois saiu dos próprios lábios de Jesus. Ele era mestre de oração e dando o exemplo aos seus discípulos queria que eles fizessem a mesma coisa.
Vemos quantas pessoas chegavam para que Jesus as tocasse, as abençoasse, as curasse, expulsasse os demônios, era uma multidão, tanto trabalho, tantas coisas para fazer e Jesus ainda encontra um momento para reabastecer, num momento de intimidade com o Pai através da oração. Este é um grande ensinamento para nós, que vamos nos desculpando por não termos tempo para rezar, em meio aos nossos muitos trabalhos e na correria do dia a dia, vamos negligenciando aquilo que dá o sustento à nossa vida, não apenas a vida espiritual, mas a toda nossa vida.
Sem a oração não temos ânimo, não temos sustento e estamos destinados ao fracasso em todos os âmbitos de nossa vida. Se quisermos ser vitoriosos, tenhamos uma vida constante de oração; se quisermos ser fracassados, negligenciemos nossa vida de oração.
“Tempo é questão de preferência”, damos nosso tempo àquilo que julgamos ser 0 essencial para nós e é com grande tristeza que constato, que Deus não faz parte do nosso essencial, pois não damos a Ele o nosso tempo e quando damos não é um tempo de qualidade, são rápidos momentos ou quando estamos cansados, fatigados e com tanto sono que não conseguimos nem rezar algumas Ave-Marias que já estamos cochilando. Onde está nosso amor para com Deus?
Não fomos obrigados a seguir a Jesus, é uma escolha totalmente livre, entretanto, uma vez que escolhemos não podemos voltar atrás ou ficar fazendo corpo mole, é preciso realmente segui-lo da melhor maneira possível, dando a Ele o tempo suficiente e de qualidade do nosso dia. Não podemos nos acostumar a ficar dando as sobras de nosso tempo, do nosso dinheiro, da nossa vida para Deus, Ele não é um mendigo, os mendigos somos nós. Nós somos os grandes necessitados de Deus e da sua graça; mas fazemos o contrário, colocamos Deus numa posição de mendigo dando a Ele as nossas sobras.
Não terei tempo aqui de falar a respeito das orações que devemos fazer, limito-me a falar apenas do tempo que devemos dar a Deus. Gostaria que você pensasse sobre o tempo que você dá para Deus, pensasse se este tempo é suficiente, é pouco, é de qualidade? Não venha me dizer que você reza toda hora, fazendo todas as coisas e que isto já satisfaz sua necessidade de oração. É muito bom fazer de todos os momentos da nossa vida momentos de oração, mas é necessário “rezar num lugar deserto”, sair do meio de tudo e de todos para ter um momento de intimidade e de oração com o Senhor, se formos criativos, se colocarmos isso como prioridade em nossas vidas, até uma mãe de família com muitos filhos pequenos conseguirá um tempinho a sós, ainda que seja no descanso de seus filhos, para falar com Deus. Sejamos perseverantes, Ele nos espera, todos os dias e a todos os momentos.
Pe. Fábio Carlos de Araújo Paróquia Imaculado Coração de Maria — Nerópolis