Cristo é a cabeça de um Corpo que é a Igreja, cujos membros são todos os cristãos. Existe, então, entre a Cabeça e o Corpo uma comunhão de vida e de interesses entre Cristo e os cristãos, assim como os cristãos entre si. Os santos são membros do Corpo Místico de Cristo nos quais a Redenção alcançou a plenitude dos seus frutos. Terminada a peregrinação terrestre, plenamente compenetrados pelo amor de Cristo e configurados n’Ele, os santos gozam atualmente da visão de Deus face a face. Conscientes desta verdade, os cristãos, desde os primeiros séculos, entendendo que esta nova situação não cancela a comunhão e a solidariedade, começaram a venerar santos como intercessores em favor daqueles que ainda peregrinam pelas estradas deste mundo, entre as suas vicissitudes.
Na perfeição dos santos, os cristãos, em primeiro lugar, adoram, louvam e bendizem a obra do Criador e Redentor, a expressão perfeita de sua sabedoria e vitória. Segundo, invocando a bondade de Deus e de suas obras, o culto dos santos desperta nos que estão em estado de peregrinação o desejo de chegarem também eles à Jerusalém celeste, onde se encontramos bem-aventurados. A intercessão dos justos, sobretudo, dos que alcançaram a plenitude, sendo agradáveis a Deus (cf. Gn 18,22-32), pode obter as graças espirituais e materiais para aqueles que necessitam conseguir a plenitude da Redenção (cf. Rm 8,29). Trata-se de uma comunhão em que, os santos, em virtude de sua caridade, não podem deixar de orar por quem não “está ainda na Pátria, mas a caminho”.
A intercessão dos santos não tem a função de informar Deus de necessidades que lhe são ignoradas, mas, sobretudo, de fazer com que os fiéis possam compreender e corresponder mais plenamente ao plano e à vontade de Deus.