Diocese de Anápolis

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O Misericordioso

Estamos nos aproximando ao fim da Quaresma. Nosso tempo de oração, jejum e caridade deve estar caminhando bem nessa altura. Nossos propósitos da Quaresma devem estar sendo cumpridos. Não paremos por aqui. Continuemos na reta final. Essa semana que antecede a Semana Santa, é conhecida em alguns lugares como a “Semana das Dores”, por contemplar as dores de Maria ao ver seu Filho sofrer. Continuemos com o espírito de penitência com Nossa Senhora. Também irá notar que em alguns lugares se conserva o costume de cobrir as cruzes e imagens da igreja, para dar esse sinal mais penitencial, até à celebração da Ressurreição de Senhor. Passam meses, passam anos, mas o momento de encontro com Jesus, o Misericordioso, é agora.

Jesus estava no Templo, ensinando, e o povo se reuniu em volta dele para escutar. Eis que os mestres da lei, conhecedores da Sagrada Escritura, e os fariseus, grupo que queriam viver a Lei de Deus, trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Mas os fariseus queriam mesmo era não cumprir a lei, mas ver se Jesus iria contra para acusá-lo e matá-lo. E foram prová-lo. Jesus tem a palavra certa: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. Quem estava sem pecado ali? Ninguém. Durante toda a vida estão os homens e as mulheres sempre expostos a cair, e ninguém pode considerar-se impecável. E quantos outros pecados existem. Não é só esse. Jesus nos ensina que não podemos condenar o outro por causa de seus pecados, porque também nós somos pecadores. Ele fala de não julgar o próximo. Não é esquisito que, pensa comigo: Quando o outro não faz, é preguiçoso; quando você não faz: estou muito ocupado. Quando o outro não cumprimenta, é um mascarado; quando você passa sem cumprimentar, é apenas distração. Quando o outro fala sobre si mesmo, é egoísta; quando você fala é porque precisa desabafar. Quando o outro tenta agradar, tem segunda intenção; quando você age assim, é gentil. Quando o outro progride, teve oportunidade; quando você progride, é fruto de muito trabalho. Conclusão: cego para se ver, lente de aumento para ver o erro dos outros. Pare de ficar julgando os outros, condenando, e já dando sentenças com pragas.

Naquele momento com Jesus, todos foram embora, a começar pelos mais velhos, os sábios, que já têm noção pela experiência da vida, como são as coisas. Então ficou a mulher diante de Jesus, junto com o povo que o ouvia. Ficam só dois: a Miséria e a Misericórdia. “Eu também não te condeno”. Esse é Jesus, o Misericordioso, o Bondoso, o Deus do Amor. A justiça considera uma pessoa pelo seu passado. Mas o amor! Ah! O amor considera uma pessoa pelo seu futuro. Deus nos alegra: “Eis que eu farei coisas novas”.

 

Pe. Rogério Moraes
Paróquia São José Operário
Imagem: Reprodução/ padrepauloricardo.org
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