A morte de cada homem e mulher é uma realidade inevitável. Todos morreremos, embora a gente não saiba quando e como. A profissão da nossa fé cristã-católica culmina na proclamação da ressurreição dos mortos e na vida eterna. Da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também os que crerem nele viverão na ressurreição (J 11,25-26; 1Ts 4,14; 1Cor 6,14; 2Cor 2,14). Por isso, para o cristão, a morte não é o fim de tudo, mas é o início de uma vida nova, na glória da vida eterna. Ela é a porta para a eternidade. Pela morte a alma é separada do corpo, mas, na ressurreição, Deus restituirá a vida incorruptível ao nosso corpo transformado, unido-o novamente à nossa alma (Cat.1016).
A fé na ressurreição dos mortos é a verdade fundamental da fé cristã. Não é possível ser um cristão autêntico, sem crer na ressurreição e na vida após a morte (1Cor 15,12-14.20). Todas as doutrinas contrárias à ressurreição (reencarnação, panteísmo), em conseqüência, não devem ser consideradas.
E depois da morte…
A morte põe o fim à vida do homem, como tempo de conversão, de acolhida da graça de Deus e de preparação para a eterna comunhão com Deus no céu. Depois da morte a alma imediatamente passa por um juízo, chamado de particular (diferente do juízo final que será no fim dos tempos), e recebe a retribuição pelas obras praticadas durante a vida. A parábola do pobre Lázaro (Lc 6,22), o diálogo de Cristo com o bom ladrão na cruz (Lc 23,39-43) e outros textos do Novo Testamento (2Cor 5,8; Flp 1,23; Hb 9,27; Mt 16,26) falam de um destino da alma diferente para uns e outros.
Os que são batizados e morrem na graça e na amizade com Deus, vivem para sempre com Cristo na casa do Pai (J 14,2-3) e em comunhão com todos os salvos, isto é, santos. Essa é a vida bem-aventurada chamada de Céu, que Deus preparou para aqueles que O amam (1Cor 2,9). O Céu é o objetivo da vida humana e o estado de felicidade suprema e definitiva (Cat.1023-1029).
Os que morrem na graça e na amizade com Deus, mas ainda não estão completamente preparados para o Céu, embora tivessem a garantia e a certeza da bem-aventurança eterna, passam, após a morte, por uma purificação antes de entrarem na alegria do céu. Esta purificação chamamos de Purgatório. A Igreja, instruída pela revelação divina (1Mc 12,46; 1Cor 3,15; 1Pd 1,7; Mt 12,31), sempre reza pelos defuntos a fim de que purificados dos pecados, o mais breve possível, possam participar da felicidade eterna.
Os que morrem no pecado mortal, sem ter-se arrependido dele e sem ter acolhido a divina misericórdia, ficam separados de Deus para sempre por sua própria opção livre. Esse estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados denomina-se de Inferno (Mt 5,22.29;10,28;13,42-50; Mc 9,43-48). Deus não predestina ninguém, nem tão pouco condena para o Inferno. Essa é a escolha do próprio homem. O Senhor disse: “Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição.” (Mt 7,13).
O Juízo Final acontecerá por ocasião da segunda vinda de Jesus à terra: “Todos os que repousam no sepulcro ouvirão a sua voz e sairão; os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento”(J 5,28-29). Ninguém conhece nem o dia nem a hora desse juízo, só Deus mesmo. A mensagem do juízo de Deus é um apelo à conversão, enquanto ainda tem o “tempo favorável, o tempo da salvação” (2Cor 6,2).