Diocese de Anápolis

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Liturgia: Jesus Cristo Rei do Universo, uma realeza diferente.

Realeza diferente

Estamos acostumados a imaginar uma realeza repleta de ouro e prata, com suas coroas encrustadas de pedras preciosas, de seus pescoços correntes reluzentes e pingentes abrilhantados, em seus dedos insígnias reais, roupas de luxo, mantos de púrpuras e plumagens sofisticadas… Tudo isso se tornam símbolos de realeza. Entretanto celebramos um rei diferente no dia de hoje, um rei que tem sobre sua cabeça não uma coroa de ouro, mas espinhos, não se senta em um trono aveludado, mas se estira numa cruz, em sua mão não reluz anéis de brilhantes, mas pregos que pendem seu corpo e de sua boca não saem ordens e mandatos, mas perdão, acolhimento, entrega, doação e salvação. Um rei diferente que somente aqueles que tem fé são capazes de reconhecê-lo.

No batismo recebemos um óculos que faz com que vejamos as coisas de uma forma diferente, que transforma nossa realidade, clareia nossos sentidos e sem eles nossa vida fica embaçada e a realidade se torna desesperadora, são os óculos da fé. Por meio da fé não só vemos a vida de uma forma diferente, mas olhamos a cruz de uma maneira sobrenatural e sublime, olhamos para o nosso Rei pregado na cruz e conseguimos ver sua realeza tão rica como o ouro ou os brocados de pedras preciosas; pela fé não lamentamos sua morte na cruz, mas glorificamos por sua redenção e salvação. Assim como pela fé tudo se renova na cruz, também na nossa vida tudo ganha um pleno sentido e por mais que pareça contraditório a realeza com a cruz, o sofrimento com a alegria, a pobreza com a riqueza, somente aqueles que tem fé conseguem enxergar a grandeza por traz do sofrimento e a realeza por traz da cruz.

Um Rei que não obriga, mas pede, um Rei que não exige, mas ensina, um Rei que não manda, mas Ele mesmo vai, um Rei que emana paz, concórdia, justiça e verdade. Este é o Rei ao qual queremos ser súditos fieis, queremos servir, honrar e amar, mas nunca podemos esquecer como Ele nos apresenta, na cruz, para que vendo somente aqueles que utilizam os óculos da fé consigam enxergar; assim nossa vida de súditos fiéis não se tornará uma constante lamúria pelos problemas da vida, nossas orações não serão uma constante reclamação pelo que falta e não passaremos uma existência entre lágrimas e soluços, pois nosso Rei é um crucificado, mas um crucificado que nos ensina a carregar nossa própria cruz e segui-lo, um condenado que nos trouxe a salvação e nos ensina que o sofrimento redime e purifica, um crucificado que nos ensina que no oferecimento da dor sim é possível encontrar verdadeira alegria e paz.

O nosso Rei é diferente dos reis dos contos de fada, vamos ser também súditos diferentes, não somente súditos que buscam pão e diversão nas cortes de seus reis, mas súditos que busquem paz e alegria com seu Rei. Nosso Rei não é um rei longínquo e perdido, mas tão próximo e acessível que somente aqueles que não temem a cruz e com fé se aproximam da cruz, são capazes de se deleitarem dos verdadeiros efeitos de uma real e verdadeira nobreza.

Pe. Carlito Bernardes Júnior
Capelania Universitária Santa Clara
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