Diocese de Anápolis

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Humildade: andar na verdade

Jesus, sabendo que os discípulos “haviam discutido entre si qual deles seria o maior” (Mc 9,34), lhes dá uma lição de humildade: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos” (Mc 9,35). A humildade encontra-se nos fundamentos da vida interior, ou seja, ela está na raiz de outras virtudes. A humildade remove os obstáculos para que a pessoa receba as graças de Deus, já que “Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes” (Tg 4,6).

A humildade se funda na verdade e na justiça. Santa Teresa dizia que a humildade é andar em verdade. A humildade nos dá o conhecimento, cada vez mais profundo, sobre nós mesmos. Também se funda na justiça porque exige que o ser humano dê a Deus toda a honra e toda a glória. Na prática, humildade não é dizer que não se tem qualidades, quando na verdade se tem (isso seria hipocrisia); tampouco se trata de inventar qualidades que não possuímos (isso seria mentira e soberba). A humildade autoriza o filho de Deus a admirar todos os dons, naturais e sobrenaturais, que recebeu, mas sem atribuir-se a si mesmo o magnífico lenço pintado que vê em si, pois sabe que o Artista é Deus, para ele toda a glória. Esta virtude também nos ajuda a ver a nossa pequenez e o quanto somos fracos.

A hipocrisia é ridícula! Andar cabisbaixo, com a cabeça meio torta e negar virtudes que se tem são, no fundo, características de uma falsa humildade. O curioso é que tais pessoas poderiam dizer de si mesmas: “eu sou um pobre pecador, não valho nada, sou um orgulhoso. Que Deus tenha pena de mim!”. Mas, se alguém lhe diz: “você é um orgulhoso e um pobre pecador”, então elas se irritam ao extremo. Ou seja: outros não podem dizer aquilo que elas dizem sem acreditar. É preciso lutar também contra a sensibilidade doentia: “o que pensarão de mim?”, “o que dirão de mim?”, “será que eles gostaram?”, “magoaram-me!” Nós não precisamos desprezar-nos diante dos outros para mostrar que somos humildes, mas também não precisamos supervalorizar-nos externa ou internamente. É suficiente mostrar-nos como somos, isto é, com autenticidade e moderando a própria desordem interior. Como se pode ver: a humildade nos ajuda a andar em verdade!

Pe. Françoá Costa

 

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