O queridíssimo são João Paulo II deixou-nos dois documentos sobre o sacramento da confissão: a carta encíclica Rico em misericórdia (1980) e a exortação apostólica Reconciliação e Penitência (1984). “O mistério da piedade – dizia João Paulo II – é o caminho aberto pela misericórdia divina à vida reconciliada” (RM, 22). Por outro lado, Sua Santidade, o Papa Francisco, proclamou, através da Bula Misericordiae vultus, o ano da misericórdia, que começará no dia 08 de dezembro deste ano e findará no dia 20 de novembro de 2016, na solenidade de Cristo Rei. É desejo do Santo Padre que “ponhamos novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia. Será, para cada penitente, fonte de verdadeira paz interior” – disse o Papa na Bula.
No contexto de nossas catequeses litúrgicas e do ano da misericórdia que se aproxima, é bom lembrar o que diz a Igreja sobre o lugar para ouvir as confissões, tradicionalmente chamado “confessionário”. Em princípio, o lugar próprio para se confessar é uma igreja ou um oratório; evidentemente, uma causa justa permite confessar-se em qualquer lugar digno.
Os bispos do Brasil, de acordo com o Código de Direito Canônico (cf. c. 964), estabeleceram que o local para ouvir confissões é o confessionário tradicional com grades fixas entre o confessor e o penitente; contudo, pode ser também outro lugar apropriado, discreto, claramente indicado e de fácil acesso (cf. Legislação complementar da CNBB). Devido a situações incômodas, os bispos indicam normalmente que os confessionários tenham uma parte de vidro, se o recinto for fechado (cf. Diretório Litúrgico-Pastoral da Diocese de Anápolis, 2.1,5). Evidentemente, o fiel pode escolher onde confessar-se: se no confessionário tradicional ou face a face, ainda que a tendência do Código seja favorecer o uso do confessionário tradicional: “não se ouçam confissões fora do confessionário, a não ser por justa causa” (CDC, 964, § 3). O sacerdote, em alguns casos e por razões justas, poderia manifestar ao penitente que só lhe atende no confessionário.
Estamos nos preparando para o Jubileu de Ouro de nossa Diocese – o último período de preparação será o Ano do Espírito Santo, a começar nos próximos dias – e, em toda a Igreja Católica, entraremos no Ano da Misericórdia. Com certeza, o Espírito Santo atualizará em nossa Diocese a consciência da misericórdia de Deus no sacramento da alegria, que é o do perdão: faça a experiência da misericórdia divina no sacramento da confissão!
Pe. Dr. Françoá Costa