O costume de utilizar uma espécie de tira de pano em torno do pescoço descendo dos dois lados até a altura da cintura provém da Hispania e das Galias do Império Romano e, durante a época carolíngia, a estola se incorporou à liturgia romana. Segundo a Instrução Geral do Missal Romano, a veste própria do sacerdote celebrante, tanto na missa como em outras ações sagradas, em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a estola” (IGMR, 337). Ao vestir-se com ela, o sacerdote rezava a seguinte oração: “Restitui-me, Senhor, a estola da imortalidade, que perdi na prevaricação do primeiro pai, e, ainda que não seja digno de me abeirar dos Vossos sagrados mistérios, fazei que mereça alcançar as alegrias eternas”. A estola da imortalidade é sinal das alegrias eternas! Eis uma veste que nos faz pensar no céu.
O tempo de Natal é uma dessas festas que traz o céu para mais perto de nós. O Filho eterno do Pai vem a nós para fazer-nos participar da felicidade que há entre eles, o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Enquanto nesse mundo, tudo é passageiro, no céu viveremos aquele verdadeiro “para sempre” … com Deus! Felizes! Cheios da eternidade divina! Vale a pena sacrificar tudo para conseguir essa bem-aventurança. Os santos bem o sabem.
Indubitavelmente, cada um de nós gostaria de escutar um dia a seguinte sentença no dia do nosso juízo: Vinde, bendito de meu Pai, toma posse do Reino, da Vida, da Eternidade! (cf. Mt 25,34). O céu é a nossa aspiração. “A vida é estar com Cristo; onde está Cristo, aí está a vida e o Reino” (Santo Ambrósio). O céu é, essencialmente isso: estar com Cristo, ver a Deus face a face sem a possibilidade de perdê-lo de vista. “Os que morreram na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o veem “tal como ele é” (1 Jo 3,2), face a face (1 Cor 13,12)” (Cat. 1023). De tal maneira que o céu poderia ser descrito como a “vida perfeita com a Santíssima Trindade, essa comunhão de vida e de amor com ela, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados” (Cat. 1024).
Aos sacerdotes Jesus deu o poder (serviço), que só a Ele pertence, de ligar a cada um de nós ao Céu, já aqui na terra, em vista da plenituda da Comunhão com Deus na eternidade.
Pe. Dr. Françoá Costa