De volta de mais uma viagem apostólica, o Papa Francisco realizou nesta quarta-feira, 8, a Audiência Geral na Praça São Pedro, no Vaticano, comentando justamente as etapas na Bulgária e Macedônia do Norte. O Pontífice visitou os países entre os dias 5 e 7 de maio.
Depois de agradecer às autoridades civis e eclesiásticas que o acolheram, o Pontífice destacou que na Bulgária foi guiado pela “memória viva de São João XXIII”, que ali exerceu o cargo de Delegado Apostólico por quase dez anos.
Com o lema “Pacem in terris”, convidei todos a trilhar o caminho da fraternidade; e, neste caminho, em particular, tive a alegria de dar um passo em frente no encontro com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Búlgara Neófito e os membros do Santo Sínodo.
Como cristãos, recordou o Papa, a vocação e missão é ser sinal e instrumento de unidade.
Em Sófia, Francisco recordou ainda a oração silenciosa diante da imagem sagrada dos dois santos irmãos Cirilo e Metódio. “Também hoje há a necessidade de evangelizadores apaixonados e criativos, para que o Evangelho alcance aqueles que ainda não o conhecem e possa irrigar novamente as terras onde as antigas raízes cristãs secaram”.
O último ato da viagem à Bulgária foi realizado juntamente com os representantes de diferentes religiões para invocar o dom da paz.
Na terra natal de Madre Teresa
Na Macedônia do Norte, a visita foi acompanhada pela presença espiritual de Santa Madre Teresa de Calcutá, que nasceu em Skopje em 1910.
“Nesta mulher, pequena mas cheia de força graças à ação do Espírito Santo, vemos a imagem da Igreja naquele país e em outras periferias do mundo: uma comunidade pequena que, com a graça de Cristo, torna-se um lar acolhedor onde muitos encontram refrigério para sua vida”.
Sobre o contexto social e político do país, Francisco recordou que a Macedônia do Norte é um país independente desde 1991, por isso “quis encorajar, acima de tudo, sua tradicional capacidade de acolher diferentes pertenças étnicas e religiosas; bem como o seu compromisso em acolher e socorrer um grande número de migrantes e refugiados durante o período crítico de 2015 e 2016”. E o Papa pediu um aplauso ao povo local, pelo “amor” com o qual acolhem as pessoas migrantes não obstante os problemas que possam causar.
Caridade com ternura
Francisco compartilhou com os fiéis que ficou impressionado com a “ternura evangélica” das irmãs de Madre Teresa de Calcutá, ternura que nasce da oração e da adoração.
“Elas acolhem a todos, se sentem irmãs, mães de todos e o fazem com ternura. Nós cristãos às vezes perdemos a dimensão da ternura e quando não há ternura, nos tornamos demasiados sérios, ácidos. Essas irmãs são doces na ternura, fazem caridade como deve ser feita, sem fantasiá-la. Fazer caridade sem ternura, amor, é como jogar um copo de vinagre na obra de caridade, é ácido. A caridade é doce, não ácida. E essas irmãs são um belo exemplo. Que Deus as abençoe”.
O Papa citou ainda o encontro com os jovens de diferentes denominações cristãs e também de outras religiões, “todos unidos pelo desejo de construir algo de belo na vida. Lá exortei para que sonhassem grande e se arriscarem”. Outro momento foi com o sacerdotes e as pessoas consagradas. “Homens e mulheres que deram suas vidas a Cristo.”
A Santa Missa foi celebrada na praça de Skopje, ocasião para renovar, mais uma vez em uma periferia da Europa de hoje, “o milagre de Deus que, com os nossos poucos pães e peixes, partidos e compartilhados, sacia a fome das multidões”.
“Nós confiamos à sua inesgotável Providência o presente e o futuro dos povos que visitei nesta viagem”, concluiu o Papa, rezando com os fiéis uma Ave-maria para que Deus abençoe a Bulgária e a Macedônia do Norte.
Jean Vanier e festas marianas
Na saudação em francês, Francisco fez sua homenagem a Jean Vanier, que morreu na terça-feira, e ressaltou sua obra pelos mais pobres e indefesos, inclusive pelos nascituros condenados à morte no ventre de suas mães. “Que Jean Vanier permaneça um exemplo a todos nós. Que ele nos ajude do céu.”
Por fim, o Papa recordou duas recorrências marianas neste 8 de maio: a Súplica a Nossa Senhora de Pompéia e Nossa Senhora de Luján, pedindo orações pela Argentina.
Fonte: Vatican News