Neste dia a Igreja inicia o tempo litúrgico da Quaresma, tempo muito forte da vida da Igreja. A Quaresma nos chama à conversão, ou seja, mudança de vida através de três importantes obras: o jejum, a esmola e a oração.
Especialmente neste dia, Quarta-Feira de Cinzas, a Igreja nos chama, como Mandamento, o jejum e a abstinência de carne. O jejum é feito tomando apenas três refeições durante o dia: uma refeição completa, ou seja, come-se normalmente; e duas refeições simples, ou seja, come-se mais ou menos a metade do que normalmente comeríamos. E não se pode comer carne. Este gesto concreto vale também para a Sexta-Feira da Paixão, estes são os dois dias que somos obrigados ao jejum e abstinência de carne como Mandamento da Igreja.
As cinzas que hoje são colocadas em nossas cabeças não perdoam nossos pecados, como alguns poderiam pensar, elas são um sinal de penitência e de humildade. São impostas, dentre outras fórmulas, através das palavras: “Lembra-te que és pó, e ao pó retornarás”; frase da Escritura muito significativa que demonstra nossa grande fragilidade e humildade, que deve nos levar a pensar o quão pequenos nós somos e que não adianta nenhum orgulho ou pensamento de que somos melhores do que alguém, independente de nossa condição financeira ou profissão.
Neste dia também a Igreja no Brasil abre a Campanha da Fraternidade que este ano nos pede a superação da violência, lembrando que todos nós somos irmãos. É um momento muito propício de reflexão sobre a situação violenta que vive nossas cidades e de pensamentos concretos de como podemos vencer este grande mau que assola todos os cidadãos e claro, nós cristãos.
Jejum, que nos faz controlar nossos apetites internos; a esmola, que nos faz olhar para o próximo; a oração, que nos faz honrar a Deus sobre todas as coisas; que estas obras da Quaresma sejam nosso caminho para um cristianismo autêntico, agradável a Deus.
Pe. Fábio Carlos