Vivemos em uma época midiática em que um dos maiores afãs é a busca por “likes”, se desdobram em atitudes absurdas, ações inimagináveis e riscos desnecessários… tudo para agradar, chamar a atenção, conseguir “likes” e conquistar seguidores. A motivação midiática já não é a busca pela verdade, a conquista da honra ou o heroísmo da justiça, mas a lacração do absurdo, o agrado da hilaridade e a crítica à realidade. O número de “likes” se tornou mais importante que a clareza da verdade, o virtual interessa mais que o real e nesta história de discrepâncias, Deus se resume num mero instrumento de manipulação, um conteúdo condicionado à captação de seguidores. O maior medo desta geração já não é a consequência das ações ou a condenação eterna, mas ser cancelado nas redes sociais, a maior “desgraça” para um “influencer” é perder seguidores, ter “des-likes”. Em contrapartida a toda essa “vibe” moderna, o Evangelho apresenta um Jesus desinteressado dos “likes”, prega a verdade sem medo das críticas, não teme ser cancelado pela maioria; é inflexível em sua doutrina, chega a ser intransigente o seu seguimento: “E vós também vos quereis ir embora?”
A mentalidade midiática pautada nos “likes” se transfere muitas vezes para o cristianismo: Um cristianismo tão ideal que se torna utópico, tão fantasioso que se torna engano, tão meloso que chega a ser repugnante… Tudo para agradar a maioria e encher as igrejas! E a verdade é negligenciada pelo medo às críticas, o Evangelho é deturpado e manipulado para não ofender a ninguém e transformamos nossa missão de cristãos em “influencers” de igreja, tão condicionados aos sorrisos como medrosos aos cancelamentos. A intransigência da fé que professamos nos torna inflexíveis para proclamar com obras e palavras a verdade de Jesus Cristo. Uma fé que se dobra às críticas, uma doutrina que é amenizada para agradar ou a verdade abrandada para conquistar foge completamente do verdadeiro cristianismo querido por Jesus. Diante de tantos ventos contrários de uma sociedade cada vez mais paganizada, frente a tantas comunidades moralmente contrária à nossa fé, perante a tantos modismos pérfidos…, sem medo, com convicção e alegria respondemos com São Pedro:
“A quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna”.
No discurso evangélico que desemboca na polêmica, Jesus diz que deverá “comer” sua carne, vai a princípio utilizar o verbo “fago” do grego que significa um “comer de sustentar”, isso não gera estranheza aos seus ouvintes, pois interpretam como algo simbólico. Contudo, diante daquela interpretação, Jesus repete a mesma ideia: “deverá comer sua carne para ter vida eterna”, mas agora utiliza o verbo “trogo” do grego que significa um “comer de mastigar”, um processo de trituração” (daí vem a palavra “tragar” no português). Jesus não fala de um “comer” simbólico, mas real, e isso é base de todo o escândalo e faz com que seus ouvintes desistam de segui-lo. A Eucaristia é um verdadeiro “comer” a carne de Cristo para ser um com Ele agora e na eternidade, não é simbólico, mas real.
Na polêmica evangélica se revela o grande mistério da Eucaristia e fica claro quem são os verdadeiros discípulos de Jesus. A Eucaristia se torna critério de discernimento da fé em Jesus Cristo: a fé na Eucaristia é a fé da Igreja de Jesus. Uma Igreja que não se preocupa em agradar todo mundo e nem se sente acanhada de proclamar a fé por medo de perder fieis ou ser cancelada, mas uma Igreja que tem a convicção da verdade Eucarística, pois onde tem Eucaristia tem o próprio Jesus Cristo.
Pe. Carlito Bernardes Oliveira Júnior Paróquia Divino Pai Eterno Foto: Reprodução/Freepik
ORAÇÃO VOCACIONAL
Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: “Vem e segue-me”. Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos de sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários.
Desperta nossas comunidades para a missão. Ensina nossa vida a ser serviço.
Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.
Senhor, que a messe não se perca por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres, consagrados e leigos. Dá perseverança aos nossos seminaristas e vocacionados. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja. Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, mãe da Igreja, modelo dos seguidores do Evangelho, ajuda-nos a responder sim. Amém.