Diocese de Anápolis

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Reflexão do 9° Domingo do Tempo Comum: “O dia do Senhor”

A Palavra de Deus, especialmente o Evangelho, traz o embate de Jesus com os judeus a respeito do “Dia do Senhor”. Para os judeus este dia é o sábado, dia de repouso quase absoluto, dia em que Deus havia “descansado” após a criação; dia também em que os judeus comiam a páscoa, recordando sua libertação da escravidão do Egito.

Para os judeus, o sábado era dia de um repouso quase absoluto, onde até contavam seus passos, vigiavam o que estavam fazendo, pois não poderiam ter nenhum tipo de excesso. Aos poucos, os judeus já não viam o sábado como algo que se deveria oferecer a Deus, como uma oferta digna, agradável e espiritual, o sábado tinha se tornado um “senhor”, que escravizava o povo, mas esta não era a intenção de Deus, tornar o povo seu escravo, ou escravo de um preceito e de um dia. O sábado deveria ser santificado, deveria ser o “dia do Senhor” e não simplesmente um dia de muitos “nãos”, muitas proibições, de forma que nem mais um bem, nem salvar uma vida não se poderia realizar neste dia. Esta lei, de fato, havia sido totalmente esvaziada.

Tudo isto que estamos falando do sábado, deve ser aplicado para o nosso domingo, que é o dia do Senhor para nós, cristãos, dia em que Jesus Cristo vencendo a morte, ressuscitou para nos conceder uma vida nova, dia em que Jesus envia o Espírito Santo sobre a Igreja e ela começa sua missão de se espalhar pelo mundo inteiro, iniciando pelos Apóstolos.

O “dia do Senhor” de nós cristãos, o domingo, se tornou o dia nosso também. Fazemos como os judeus do tempo de Jesus, só que de uma forma contrária, o domingo não é mais santificado, não é mais dado ao Senhor, é um dia nosso, para nossa folga, nossas bebedeiras, nossos passeios, nossos divertimentos e se sobrar tempo e eu não estiver muito cansado vou procurar uma igreja para ir à Missa e na maioria das vezes, ainda chego atrasado na Missa, que vergonha este nosso cristianismo, que tristeza ver estas realidades cada vez mais comum entre os
que deveriam ser realmente cristãos, mas, que apenas “dizem-se cristãos”,não o são de fato.

Permitimos, nós que somos a maioria da população brasileira, que até mesmo os concursos, eleições, ENEM, sejam realizados no domingo, até mesmo as minorias que santificam o sábado tiveram um ganho ao retirar, por exemplo, o ENEM do sábado e cadê que não retiraram do domingo? Somos a maioria. Uma maioria muda, indiferente, apática, perdida, acomodada, sem fé, sem conhecimento das coisas da Igreja, esta maioria somos cada um de nós, infelizmente esta é uma triste verdade.

“Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração”. Hoje, Jesus também olha ao nosso redor, “cristão”, e também te olha com ira e tristeza, por causa da dureza do seu coração, por causa da sua indiferença. Devemos melhorar nossa vida cristã, devemos deixar de lado nossa indiferença e preguiça e professar com a nossa vida e nossas boas obras a fé da qual pertencemos, para que assim, o Senhor olhe para nós como devemos ser olhados por Ele, com amor e misericórdia.

Pe. Fábio Carlos de Araújo
Paróquia Imaculado Coração de Maria — Nerópolis
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