Diocese de Anápolis

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5° Domingo da Quaresma: “e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”

O tempo da Quaresma já está adiantado, chegamos na Semana das Dores, como é chamada popularmente esta quinta semana do tempo da Quaresma. O evangelho de hoje trouxe muitos elementos para nossa meditação, mas ficaremos apenas com uma das últimas frases que lemos no trecho de hoje: “e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”. Pelos menos mais duas vezes o evangelista João menciona esta realidade no seu Evangelho e a mais alusiva figura vem do Antigo Testamento, quando Moisés faz uma serpente abrasadora e a coloca numa haste e todos os que olham para a serpente não morrem.

Jesus foi elevado na Cruz, para que assim pudéssemos alcançar a vida eterna, recebemos o perdão da antiga dívida, somos reconciliados com Deus, o homem poderia mais uma vez alcançar a Deus. O sinal usado por Ele foi um sinal de maldição, a Cruz: “Maldito todo aquele que for suspenso no madeiro” (Gl 3,13), agora é sinal de salvação, redenção: “Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo”. À Cruz passa de maldita para santa, não por ela mesma, mas por Aquele que foi nela suspenso, o Filho de Deus, Jesus Cristo. Todos são atraídos a Ele pela sua Cruz, ainda que nem todos respondam a Ele e se tornem seus discípulos, mas a salvação é oferecida para todos, Ele deu sua vida por todos.

“Jesus nos atrai a si com sua entrega e quer nos ajudar, hoje, a enxergar mais uma vez a beleza da cruz em nossas vidas. Afinal, nós só nos deixamos atrair por aquilo que consideramos belo, verdadeiro, bom, justo”.

Quando contemplamos Jesus na Cruz, não recordamos destruição, morte, aniquilação, é claro que lembramos de dor e sofrimento, mas a nossa fé, indica algo muito mais sublime, recorda nossa salvação, recorda a nossa redenção. Somos atraídos ao Senhor pela sua Cruz, pois na maioria das vezes, quando nossa cruz pesa, quando o sofrimento bate à nossa porta é que, de fato, recordamos de Jesus e vamos em busca d’Ele. Com certeza isto não é o ideal, mas talvez seja através disso que reconheceremos em Jesus o Senhor da nossa vida e da nossa história e iremos continuar nossa caminhada cristã de forma perseverante, não apenas o buscando nos momentos difíceis da nossa vida.

A partir desta semana o foco da liturgia não será mais tanto a penitência e nossas obras quaresmais, não obstante ainda precisamos fazê-las, mas nossa meditação ficará mais intensa na Paixão do Senhor, na sua entrega como gesto de imenso amor por nós.

A Igreja nos convoca a refletir com maior intensidade na entrega de Cristo por nós, através da sua Palavra e da Liturgia bem celebrada por nós. Na sua entrega por nós na Cruz, Cristo é glorificado pelo Pai e deve ser glorificado e adorado por nós, então, deixemos nossos prazeres momentâneos, desapeguemos do nosso bem-estar aqui neste mundo e glorifiquemos a Cristo com nosso sofrimento, com nosso jejum, nossa penitência, nossa vida voltada totalmente para Ele. Acompanhe-nos, nestes dias, a Virgem Maria, Mãe das Dores, que Ela nos ensine a permanecer de pé diante da Cruz de Jesus e diante de nossas cruzes.

Pe. Fábio Carlos de Araújo
Paróquia Imaculado Coração de Maria — Nerópolis
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