Diocese de Anápolis

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“Estão batendo na nossa porta” – 4° Domingo do Advento

Estando já às portas do Santo Natal de Nosso Senhor, não queremos terminar esse Advento, tempo de oração e recolhimento, sem antes colhermos, mesmo que às pressas, algumas últimas lições desta ocasião de expectativa para a vinda do Salvador. É costume antigo da Igreja dedicar este quarto domingo à Virgem Maria, convidando-nos a aguardar os últimos instantes para aquela Noite Santa, cuja Vigília está tão perto, ao lado de quem melhor viveu esse tempo de espera, porque jamais se afastou do Esperado.

Nossa Senhora está prestes a dar à luz, carregou no seu ventre por nove meses a realização de todas as promessas do Antigo Testamento, o desejado de todos os profetas em nações, a Salvação em Pessoa, o Filho de Deus. O que experimentava o coração da Virgem e Mãe Maria nos últimos momentos antes do nascimento do seu Filho? Seria uma triste negligência nossa não tirarmos alguns instantes para deixarmos essa pergunta servir de inspiração para os nossos sentimentos nessa noite que se aproxima.

O Evangelho da Anunciação (Lc 1, 26-38) que ouvimos “faz-nos reviver o momento decisivo, no qual Deus bateu ao coração de Maria e, tendo recebido o seu ‘sim’, começou a assumir carne nela e dela” (Bento XVI). “O Verbo, que encontrou morada no seio virginal de Maria, na celebração do Natal vem bater novamente à porta do coração de cada cristão: passa e bate à nossa porta” (Papa Francisco).

Nessa noite de Natal que se aproxima, José e Maria com o menino Jesus vão passar e bater na porta do nosso coração e da nossa consciência (talvez até da nossa casa na pessoa de um irmão que precise). Vão pedir um lugar para passarem a noite. Esse “lugar” pode ser para nós o nosso tempo, nossa atenção, o permitir ser amado pelo Menino Deus, pode ser talvez para deixarmos alguns projetos terrenos nossos de lado para nos dedicarmos mais àqueles celestes, pode ser mais diálogo com Deus na oração, mais confiança e abandono à amorosa providência divina, mais conversão, perdão, mudança no trato com a família… sempre que sentirmos “gostaria de ser melhor” ou “estou arrependido do que fiz” são eles batendo, são portas que podemos abrir.

Aquelas que abrirmos nunca mais serão como antes. Só devemos ter um medo: deixar eles passarem! José e Maria estão com pressa: o menino já vai nascer! Pode chegar o momento em que não os ouviremos mais bater, não deixemos isso acontecer! Corramos, abramos nossas portas: o sentido das nossas vidas nos espera do outro lado!

Padre João Paulo Cardoso

Roma – Itália

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