Diocese de Anápolis

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Reflexão do 31° Domingo do Tempo Comum, “Amar uma pessoa é desejar o Céu para ela”

Pe. João Paulo Cardoso

Seminário Maior Diocesano

Jesus coloca, no evangelho de hoje, os dois maiores mandamentos um ao lado do outro, justamente pela intima conexão eles têm. Quem ama a Deus, ama as suas criaturas. E a principal criação de Deus é o homem, feito à sua imagem e semelhança. Eis aí a fundamental razão pela qual as pessoas devem ser amadas: porque são criaturas de Deus, mas ainda, porque são seus filhos e filhas. Devem ser amadas pelo que elas são, não pelo que fazem. É assim que Deus nos ama também: pelo que somos, não por nossas atitudes. O pecado não diminui o amor que Deus tem por nós, apenas mostra o quão longe dele estamos dispostos a ficar, por nossa livre decisão, a ponto de irmos até para nossa própria condenação se não voltamos a tempo do mau caminho.

Amar uma pessoa é, na sua forma mais genuína, desejar o Céu para ela, a sua salvação eterna. E todos, sem exceção, merecem ser amados. Talvez já estejamos fazendo algumas ressalvas na mente: todos, menos… esse (a). Pois é, Jesus na Cruz quis e morreu pela salvação de todos os seres humanos, inclusive daqueles que o estavam matando. Pensemos nisto: enquanto Jesus na Cruz (não depois de Ressuscitado, quando a dor já não havia passado), ele pediu perdão por aqueles que o matavam, ao invés de condená-los por tão grande pecado: “Pais, perdoa-lhes: por que não sabem o que fazem” (Lc 23,34).

Eis a grande pergunta que nos impede de odiar qualquer pessoa que os tenha feito mal ou a alguém que amamos: se quem matou DEUS não sabia o que estava fazendo, quem nos ofende vai saber? É claro que não! Ao menos não completamente. Sequem já nos maltratou algum dia soubesse o quanto estava ofendendo o próprio Deus (quem nos ama infinitamente), não teria sido capaz de levantar o pensamento contra nós. Da mesma fora, se tivéssemos real noção de imensidão do amor que ele tem por cada filho seu, não ousaríamos cometer a menor das ofensas a qualquer irmão nosso.

Nesse sentido, nossa vida deve ser um continuo clamor à Misericórdia Divina para que perdoe a nós e aos outros as ofensas que ambos cometemos. Isso não significa fechar os olhos às injustiças e não punir os crimes que acontecem, mas jamais deixar de acreditar que o pior dos criminosos continua sendo filho amado e que Deus nunca vai deixar de querer sua salvação. Tenhamos muito cuidado ao sairmos “julgando e condenando” nossos irmãos por aí. É grande risco declarar que alguém não tem mais jeito! Afinal, no fim da vida, na casa do nosso Pai do Céu, não entra o filho que não desejou ver os seus irmãos lá com ele.

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