Diocese de Anápolis

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16º Domingo do Tempo Comum: “Pastor e ovelhas: uma dependência que santifica”

Neste domingo, a Liturgia nos fala sobre o pastor e as ovelhas. No Evangelho, Jesus se compadece de uma grande multidão porque eram como ovelhas sem pastor. Na primeira leitura, deparamo-nos com uma profecia de Jeremias falando em tom ameaçador aos pastores: “Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho”.

Realmente, existem muitos pastores que buscam mais os próprios interesses que os do rebanho do qual prometeram cuidar. Às vezes, falta disponibilidade, caridade e até educação da parte dos sacerdotes para o atendimento das pessoas que os procuram. Não é fácil encontrar um padre que, indo para o descanso, como estavam indo Jesus e os seus discípulos no evangelho de hoje, atenda com tanto carinho a um pedido da “multidão sedenta”. Além disso, as pessoas são ovelhas, em primeiro lugar, de Cristo e ele é um Pastor muito ciumento, que pedirá contas aos seus representantes de cada alma a eles confiada.

O mesmo profeta Jeremias da primeira leitura, em outra profecia do seu livro, diz assim: “Eu vos darei pastores segundo o meu coração” (Jr 3,15). Uma promessa de que Deus faria surgir verdadeiros e santos pastores para o seu povo. Aqui, surge uma pergunta: o que nos, como ovelhas, podemos fazer para que essa promessa se cumpra? Mais do que imaginamos!

São João Eudes, num livro dedicado à santificação especialmente de padres e bispos, fala que essa promessa de Jeremias não foi feita, em primeiro lugar, como resposta aos maus pastores daquele tempo, mas em rebate a uma necessidade de conversão do povo. Isso mesmo! De fato, quando lemos o contexto da profecia, podemos entender como se Deus dissesse: se vos converterdes, povo meu… eu vos darei pastores segundo o meu coração!

Isso quer dizer que a melhor maneira de nós, fiéis, colaborarmos para a santificação dos sacerdotes não é só a nossa oração por eles (o que já é muitíssimo importante), mas, ainda mais necessária, é a nossa própria conversão e santificação! Sem dúvidas, um dos maiores castigos que Deus pode permitir a uma comunidade nessa vida são maus pastores à sua frente. Que alegria ao coração de Deus essa mútua ajuda: pastores santificando ovelhas e ovelhas santificando pastores. Doravante, se encontrarmos um padre difícil de lidar, que não trata bem as pessoas ou que não é fiel, antes de o julgarmos, podemos bater no peito e dizer: “a mudança dele depende também da minha!”

Pe. João Paulo Cardoso
Roma - Itália
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